Compreendemos como é preciso esse hábito de fazer discernimento em nossa vida pessoal e – como ministros ordenados, pastores postos à frente do Povo do Senhor ou responsáveis por pastorais e movimentos eclesiais – ter critérios evangélicos, alimentados pela Palavra e a oração, para superar a complexidades e os desafios da vida cotidiana.
Mas, ‘Como é possível saber se algo vem do Espírito Santo ou se deriva do espírito do mundo e do espírito maligno? A única forma é o discernimento. Este não requer apenas uma boa capacidade de raciocinar em sentido comum, é também um dom que é preciso pedir. Se o pedirmos com confiança ao Espírito Santo e, ao mesmo tempo, nos esforçarmos por cultivá-lo com a oração, a reflexão, a leitura e o bom conselho, poderemos certamente crescer nesta capacidade espiritual’. ‘Hoje em dia, tornou-se particularmente necessária a capacidade de discernimento, porque a vida atual oferece enormes possibilidades de ação e distração, sendo-nos apresentadas pelo mundo como se fossem todas válidas e boas. Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos em fantoches à mercê das tendências do momento’ (GEx 166-167).
O Papa insiste na necessidade de saber avaliar nossas escolhas para que aconteçam à luz da Palavra, amadurecidas na fé e regadas pela oração. No Catecismo da Igreja Católica, 2847, lê-se: ‘O Espírito Santo nos faz discernir entre a provação necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma virtude comprovada, e a tentação, que leva ao pecado e à morte. Devemos também discernir entre ser tentado e consentir na tentação. O discernimento desmascara a mentira da tentação: aparentemente, seu objeto é atraente aos olhos e desejável para obter conhecimento, ao passo que, na realidade, seu fruto é a morte’.